terça-feira, 5 de novembro de 2013

Curso de Formacao e Aprofundamento em Yoga e Meditacao com Marco Schultz

Apos viajar para Índia em 2012 com o Marco, participar de seus retiros e satsangs, decidi que em 2013 faria seu curso de formacao e aprofundamento no Yoga.
Escolhi a opcao do curso extensivo, ano todo, com encontros no ultimo final de semana de cada mês.
O curso foi imensamente rico com as aulas praticas e teóricas. Vários convidados, e um mais especial que o outro. 
A intencao do curso como o nome diz, não era apenas conhecer o lado físico nos asanas do yoga, mas também entender o que realmente 'e o Yoga. O curso foi integrando diferentes religiões, abordagens terapêuticas, astrologia... e ao mesmo tempo a relacao dessa integracao com o nosso Ser através de reflexões sobre o auto-conhecimento.
A cada encontro e a cada retiro a turma se expandia e se unia em sangha. Foi lindo e muito especial sentir essa transicao de individuo para o "nos" como todo.
O retiro de 1 semana na metade do curso do extensivo e a na conclusão do curso intensivo foi realizado na Montanha Encantada em Garopaba. A união da sangha de Floripa e a de São Paulo na imersão de um retiro naquele lugar abençoado junto aos ensinamentos de convidados fantásticos foi certamente um marco, ou um divisor de aguas para todos nos.
No segundo semestre me comprometi aos retiros e consegui estender minhas meditacoes diárias na minha rotina. Como mudei de trabalho, tudo conspirou para uma melhor fluidez e entrega. A qualidade do meu sadhana e do meu dia mudaram não só porque tinha mais tempo, mas como o curso proporcionava insights para o auto-conhecimento, passei a trabalhar mais metas nas questões praticas do meu ser.
Alem do retiro da Montanha Encantada, o retiro "Destino e Livre Arbítrio" da querida astróloga e professora de yoga Fernanda Zanini, e o retiro do silencio do Marco foram preciosos para mais insights.
Foram dias intensos e profundos na investigacao do ser com a Fernanda, e dias de reflexões e muita meditacao com o Marco. Como os retiros foram muito próximos um do outro, fui convidada para uma imersão de profundo auto-conhecimento e a pureza da magia do silencio.
Mais um ano abençoado, com muitos ensinamentos, conhecendo pessoas incríveis, trabalhando não para uma pessoa melhor, mas deixando cada vez mais cair todas as mascaras que aprisionam meu verdadeiro EU!
Não tenho palavras para expressar minha gratidão ao Marco, aos assistentes, a sangha, e ate a mim mesma, honrando a personagem nessa aventura.
A peregrina continua seu caminhar ainda mais cheia de Amor e Gratidão...
Segue...
Namaste!
http://www.mauriciobastos.art.br



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Um Novo Despertar

Desde qdo me tornei professora de yoga vi o quanto de psicologia poderia ser trabalhada em cada asana (postura) e o quanto a yoga se torna um instrumento de superação de inúmeras manifestações psicológicas, tanto lidar com um obstáculo, quanto lidar com suas próprias emoções, como o medo ou a ansiedade por exemplo. 

Acredito que a dança, a yoga, o esporte, são veículos para o auto-conhecimento, pois nao e a toa que estamos sempre , tanto físicamente como mentalmente, em movimento. E e essa movimentacao que influencia nas nossas vidas. O alerta esta qdo nao prestamos atencao em como nos movimentamos. Um atleta ansioso demais, tera sua respiracao alterada e os movimentos do corpo restritas, o que nao facilitara na sua performance. Quando respiramos conscientes, respeitando nosso corpo e com nossa mente no aqui e agora, tudo flui! Esta tudo ligado (Tadasti). E a yoga como o proprio nome diz, e a união, integração. A yoga nao e religião nem atividade física, simplesmente uma maneira de você viver no seu maior potencial com harmonia.


E por isso que venho desenvolvendo um novo trabalho durante ha algum tempo com, agora meu socio, Luis Turisco. Acreditamos no bem-estar do atleta. Na psicologia desportiva referimos a mente totalmente focada aquela que entra no que os americanos chamam "the zone". Uma zona de plenitude onde tudo flui sem esforco, isto e, um estado meditativo onde nao ha ocilacoes de pensamentos. Entao concluimos que para atingir este estado de alta performance, e preciso estar bem com seu fisico satisfeito com seu treinamento; seu mental sem conflitos com seus pensamentos, ou seja, no aqui-agora; e com sua alma, se nutrindo de fe. 

Quando este tripe esta equilibrado o atleta ou qualquer pessoa faz com que sua vida fique equilibrada, pois a pessoa tem consciencia de que e o grande responsavel. O mundo e apenas o reflexo de como agimos. Nao tem como reclamar ou acusar o outro quando o tripe esta em equilibrio, e e por isso que tudo flui.

Adivinha quem e o nosso maior inimigo? Pois e, nos mesmos! Nos sabotamos, acreditamos nos nossos pensamentos, ficamos com duvida, medo, ansiosos, depressivos... e ainda a culpa e do mundo que esta nos deixando assim... e assim vai... uma bola de neve de acoes e reacoes...

Sabemos entao que estamos sempre em movimento. Sem movimento estaremos mortos. Entao o que e preciso e saber conduzir esse movimento durante todos os dias de nossas vidas... saber dancar nao apenas com seu corpo mas com seus pensamentos, dedicar a danca cantando para seu Deus, e sorrir de agradecimento pelo ser que voce e nesse momento...


domingo, 12 de maio de 2013

Maha Kumbh Mela 2013

O Kumbh Mela (de khumb, "pote" e mela, "festival") é o principal festival do hinduísmo, que ocorre quatro vezes a cada doze anos na Índia, rodando por quatro cidades: Allahabad, Ujjain, Nasik e Haridwar. Cada ciclo de doze anos inclui o Maha Kumbh Mela (maha = maior) em Allahabad, onde milhões de devotos hindus se reúnem para se banhar no Sangam, local de encontro dos rios sagrados Ganges, Yamuna e Saraswati para se purificar, naquele que é o maior festival religioso do mundo.

O Khumbh Mela se baseia numa lenda na qual deuses e demônios entraram em guerra por causa de um pote que continha o néctar da imortalidade. Algumas gotas do néctar caíram em quatro cidades na Índia: Allahabad, Ujjain, Nasik e Haridwar, onde o Khumbh Mela acontece sucessivamente a cada três anos.



Segundo a cosmologia hindu, o rio Ganges tem origem nos céus. Este grande festival que ocorre ao redor do Ganges, é uma celebração da criação. Segundo uma fábula, os deuses e os demônios lutavam pela "kumbh" (jarra, pote), onde se encontrava o "amrit" (néctar), criado pelo "sagar manthan" (o escumar dos oceanos). Jayant, filho de Indra, escapou com a kumbh e por 12 dias consecutivos (12 anos para a humanidade) os demônios lutaram contra os deuses pela posse da jarra. Finalmente, venceram os deuses, beberam o "amrit" e alcançaram a imortalidade.
Durante a batalha pela posse da "kumbh", quatro gotas de "amrit" caíram na terra, em Allahabad, Haridwar, Nasik e Ujjain, as quatro cidades onde o festival da Kumbh Mela tem lugar. Até hoje, a cada 12 anos, cada uma dessas cidades é sede da mela.

Os dias dos banhos auspiciosos e mais importantes do Kumbh são calculados na astrologia de acordo com a posicao do sol, da lua e Júpiter.

Fiquei 10 dias em Allahabad no acampamento do Prem Baba. Foi uma feliz "coincidencia" pois estava curiosa por conhecer mais sobre esse guru brasileiro que vive parte na Índia, parte no Brasil, expandindo sua luz e seus ensinamentos através de seus satsangs. Acabei me separando do grupo californiano o qual tinha me inscrito para me aventurar nos dias do Kumbh ao lado de brasileiros incríveis que acabaram se tornando queridos amigos. Nestes dois anos de Índia, com certeza, um dos maiores presentes foram as preciosas amizades!



Todos os dias saiamos do acampamento e caminhávamos durante o dia todo visitando os acampamentos dos mais diferentes sadhus. Os sadhus são como monges andarilhos, que fazem votos de desapego, renunciam de bens materiais e se dedicam a vida espiritual. São conhecidos como "babas" e são famosos praticantes de yoga. No seu foco pela iluminacao, eles fazem diferentes votos. Os naga sadhus abdicam-se de qualquer vestimenta e andam nus com o corpo coberto de cinzas. Alguns sadhus jejuam por longos períodos de tempo, outros não sentam ou deitam, outros erguem o braco e vivem com o braco levantado como e o caso do famoso baba Amar Barati que abandonou sua família e todos seus bens para devocao de Shiva. Há mais de 30 anos tem seu braco levantado por manifesto de paz. Sofreu dores absurdas ate seu braco perder sua funcao e ficar atrofiado e preso em uma posicao semi vertical.



Tive o privilegio de conversar com alguns sadhus. Muitos deles homens extremamente cultos e sábios. Foram desde ensinamentos de yoga e pranayama a conversas profundas. Uma tarde marcante foi na escadaria do rio Yamuna que um Baba lindo, um verdadeiro "Lorde", sentou-se ao meu lado e dos meus amigos e ficamos horas e horas ouvindo, contemplando, meditando, sentindo a Presença em todos nos. Ao entardecer, assistimos ao ritual do fogo, conhecido como Aarti a beira do rio, e ele não só nos acompanhou como nos ensinou os mantras e só depois do termino do ritual seguiu de volta ao seu acampamento.





Presenciamos o primeiro dia da lua cheia de janeiro onde teria um dos auspiciosos banhos nos encontros dos rios sagrados. Ao amanhecer assistimos ao ritual e depois nos banhamos na juncão dos rios. Foi muito emocionante pois não tem como não entrar na mesma sintonia de entrega e devocao e realmente sentir-se abençoada.


Foram dias de preces, muitas preces. Confesso que era difícil de dormir não pelo frio mas pela energia daquele lugar. Eram alto falantes espalhados por todos os acampamentos com os sons dos mantras dia e noite sem parar, e faziam com que ficássemos embriagados naquela energia de puro amor e devocao. Dificil foi voltar... 










segunda-feira, 22 de abril de 2013

Amritsar- Golden Temple

Passei 1 ano contando os dias para regressar a terra sagrada... Apos visitar algumas regiões da Índia no ano passado, ficou faltando um lugar muito especial cheia de significados para mim, a terra dos Siks, da Kundalini Yoga, de Yogi Bhajan... Amritsar.
Desta vez estava sozinha, uma amiga que iria comigo fez outros planos e acabou deixando a Índia apos alguns dias. Sempre ouvi falar que ou você ama ou odeia a Índia. Eu acredito alem, que a Índia "chama" quem esta pronto a senti-la, cheira-la, experimenta-la. A Índia e para poucos. Poucos são capazes de compreende-la.
Foi uma emocao muito grande chegar a Amritsar, alem de encarar a Índia com meus próprios pés. Cheguei ao entardecer, com um por do sol maravilhoso, caracteristico pelas diversas cores e profundidade. Foi uma emocao reconectar com aquela energia, cores vibrantes, barulhos de buzinas de tuc tuc misturadas com os cantos de diversos mantras, e claro aquele cheiro forte das especiarias indianas.
A noite fui ao templo dourado, o Golden Temple. Este e o maior templo dos Sikhs na Índia. Estava muito frio, e com os pés descalços andei no mármore gelado em torno do templo. O templo estava todo iluminado e o lago ao seu redor refletia todo aquele ouro. Nunca vi algo tao lindo. Em todos os cantos externos tinham auto-falantes emanando as vibracoes dos cantos sagrados do JapJi que acontecia dentro do templo pelos mais renomados Sikhs. O livro sagrado e cantado 24h por dia. Os Sikhs se revezam e não deixam de emanar a mais vibrante energia.
Andei aos redores, entrei no templo, assisti a cerimonia, meditei, meditei, meditei... Embriagada naquela energia passei a madrugada inteira ali... Esqueci da hora, esqueci do frio, esqueci de tudo. Lagrimas percorriam meu rosto sem parar, com profundo Amor e Gratidão.
Os Siks são conhecidos por integrar e aceitar todas as religiões e culturas. Como forma de amor, servir e muito importante. A limpeza do templo e impecável e comida e oferecida na saída do templo para todos os visitantes. Não tem como não encher seu coracao de tanto Amor e reconhecer o Divino em cada um de nos.
Voltei para o hotel ao nascer do sol, melhor "balada" da minha vida!! rs...
Fiquei 5 dias em Amritsar e horas e horas por dia no templo. Consegui visitar a fronteira com o Paquistão e visitar os templos hindus de Durga e Hanuman também.
Conhecer mais a fundo a cultura Sikh e vivenciar tudo o que os meus gurus californianos diziam, foi uma experiência única. Me senti aquela criança que fantasiou o tempo todo em ver o Mickey e chega na Disney pela primeira vez.
E a viagem continuava, afinal o maior festival indiano estava por vir... Kumbh Mela!!

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Yoga: fisico, mental e espiritual


    Yoga está muito bem alicerçado na visão holística do Ser, e tem a saúde física e mental como sua meta.
    Toda doença é apenas um reflexo do desequilíbrio interno, no momento em que estabelecemos este equilibrio, a saúde retorna.
    A tradicional ciência do Yoga mais a consciência da Leitura Corporal são poderosas ferramentas para restabelecer o equilibrio no corpo e na mente.
    Na visão do Yoga, existe apenas uma doença, que é o nível de distanciamento entre o Ego e o SER, entre a Personalidade e a Pessoa.
    Quanto mais distantes nos encontramos de nós mesmos, ou seja, de nossa essência eterna e divina e não nos expressamos, ou seja, não somos o que vibra na nossa alma, mais doentes nos encontramos.
    Todas as doenças físicas e mentais são sintomas desta causa primeira.
    A dor (duhkha) é o mecanismo que nos traz mais perto de nós mesmos, para percebermos aquilo que clama internamente pedindo consciência e expressão...
    Muitos estudos têm sido feitos no campo psicofísico, e têm demostrado a doença como instrumento para o despertar, para a Saúde, para a AutoCura...
    Negar a doença é nos distanciarmos mais ainda, é negar o próprio movimento interno de transformação.
    Nosso Ser existe em uma dimensão que transpõe o corpo físico...
    Somos sentimentos, pensamentos, energia potencializada.
    Estas dimensões fazem parte da nossa percepção do mundo, e com elas criamos nossa realidade relativa, instante a instante.
    Tornamo-nos aquilo que projetamos... com nossa mente distanciada ou não, da Realidade Absoluta que somos.
    Com tudo isso, vamos criando padrões de crenças, condutas, hábitos, tendências, preconceitos, críticas que vão gerando dor, levando sofrimento e produzindo enfermidades no corpo físico.
    A doença é uma forma de liberar a energia estagnada, não expressa, em conflito, antagônica e destoante do Ser...
    Os níveis de separação são a base da doença e isto se expressa como aflição e sofrimento (duhkha).
    Os cinco níveis de separação se apresentam como:

    1. NÍVEL FÍSICO - a não-percepção do corpo (necessidades e fraquezas);

    2. NÍVEL DE ENERGIA - não percepção da respiração e seus ritmos;

    3. NÍVEL EMOCIONAL - falta de percepção dos sentidos, emoções e sentimentos e sua não expressão;

    4. NÍVEL MENTAL - deixar-se dominar pelos padrões mentais;

    5. NÍVEL ESPIRITUAL - não reconhecer a presença do Ser interior.

    Duhkha (sofrimento) é um estado de não se estar bem física, mental e espiritualmente.
    "A dor que sinto, é a dor de desapegar do que não tem mais sentido para mim... "
    Nosso estado interno determina o grau de sofrimento que vamos atraindo para nós mesmos.
    A libertação do sofrimento envolve o despertar do conhecimento de nossa real natureza, ou seja, AutoConsciência e Mudança comportamental, para percebermos e lembrarmos QUEM REALMENTE SOMOS...

    Esta consciência de quem somos (Atma-vicara) é o grande trabalho que temos a realizar nesta vida.
    PATANJALI, no Yoga Sutra. dá a causa do sofrimento (duhkha), quando aborda a filosofia dos Klesas (cinco aflições), como segue abaixo:

    KLESAS - "Causas da miséria e aflições humanas"

    1. AVIDYA - Ignorância
    2. ASMITA - Egoísmo
    3. RAGA - Apego
    4. DVESA - Aversão
    5. ABHINIVESA - Apego à vida

    Estes, são as raízes do karma e produzem toda a espécie de experiência na vida.

    Avidya (ignorância) é a causa de toda a dor e sofrimento; enquanto ela perdurar, dará seus frutos (karma).
    Sutra II-16: "A dor que ainda não veio pode e deve ser percebiba antes de se materializar no corpo físico."

    Sutra II-26: "A prática ininterrupta do PERCEBIMENTO DO REAL é o meio de destruir a Avidya, a ignorância."

    Sutra II-33, Patanjali ensina Pratipaksa Bhavanam para manter a mente livre de perturbação:
    Quando a mente é perturbada por pensamentos impróprios, a constante ponderação sobre os opostos é o remédio. Pratipaksha Bhavanam é uma prática de controle da mente e, gradualmente, guiando-a a agir de acordo com nossas metas de yoga. O "grande voto de Yoga" é o voto que se abstenham da violência, desonestidade, roubo, indulgência irresponsável, ou ganância.

    E no Yoga Sutra I-33, Patanjali dá as Quatro Chaves que abrem a porta da felicidade (sukha):

    Alcança-se a tranquilidade imperturbável da mente mediante o cultivo da:

    AFABILIDADE para com os felizes;
    COMPAIXÃO para com os infelizes;
    PRAZER face ao virtuoso;
    IMPERTURBABILIDADE diante dos erros dos outros.

    Esta visão é um caminho de consciência sobre os processos da vida, em suas diferentes dualidades: prazer e dor.
    Quanto mais desejamos o prazer, naturalmente estamos atraindo a dor, pois na ausência do prazer há sofrimento.
    Então o Yoga propõe um caminho de libertação dos pares de opostos, para se atingir o estado de equilibrio e felicidade, além da dualidade.
    Na dualidade há o "(des)equilibrio" e a "(im)perfeição" e no estado de UNIDADE há equilíbrio e perfeição.
    Na Yogaterapia muitas ferramentas são usadas, pois se acredita que o homem é holístico e que não é apenas o corpo físico que está doente, mas sim todos os outros níveis da consciência (invólucros ou koshas) que atua igualmente no processo da doença ou da cura.
    As doenças se manifestam como sintomas que refletem algum nível de desequilíbrio no ser, como meio de chamar a atenção para o aspecto mais profundo da realidade interna.
    Não há sintoma sem que haja causa, e a causa, segundo o Yoga, é o distanciamento do ego com o Ser.

    Na Yogaterapia são utilizados várias técnicas yóguicas como:

    ÁSANAS (posturas),
    KRIYAS (purificatórios),
    MUDRAS (gestos de equilibrio),
    BANDHAS (contrações),
    PRANAYAMAS (respiratórios),
    DHARANA (concentração),
    DHYANA (meditação),




terça-feira, 9 de abril de 2013

Tiruvannamalai: Templo e montanha de Shiva



Apos Auroville fomos a Tiruvannamalai onde conhecemos o templo Annamalaiyar, um dos maiores e mais lindos templos da India, junto a montanha sagrada de Shiva, Arunachala.

Tiruvannamalai e um dos maiores centros dos hindus seguidores de Shiva. Diz a lenda que o universo havia retirado toda a luz do planeta deixando a populacao vivendo na escuridão durante anos ate Shiva aparecer em forma de uma chama de fogo no topo de Arunachala e trazer de volta luz para todos.

Um festival muito conhecido na cidade 'e o Karthigai Deepam na lua cheia de novembro, dezembro. E comemorado com um ritual de fogo no topo da montanha simbolizando o encontro de Shiva no céu. São milhões de peregrinos que atendem ao evento aos redores do templo e da montanha todo o ano.

O templo tem 4 altas principais entradas chamadas de gopurams. São lindas e altíssimas entradas escupidas nas grandes rochas. Dentro do templo há diversos corredores nas quais ocorrem as cerimonias.

No segundo dia da nossa visita, levantamos as 5am em completo silencio rumo ao topo de Arunachala. Escalei aquela montanha com lagrimas nos olhos do começo ao fim. Uma sensacao de arrepiar subindo e olhando aos redores contemplando o nascer do sol crescendo sobre aquele imenso templo, e ouvindo as musicas e rituais indianos em pleno amanhecer.

Confesso que estar na India, e uma sensacao de "alem da vida", um "universo paralelo". E tudo tao diferente que não tem como colocar em palavras, 'e uma experiência única. A India também te "chacoalha" e te vira do avesso. E foi nessa caminhada de contemplacao e silencio que veio um dos insights mais ricos da minha vida. Caminhando, seguindo em direcao ao seu topo, observei que a "sujeira" indiana persistia ate mesmo naquele lugar sagrado, e comecei a recolher todos os pedacinhos de plástico no meu caminho ate eu me dar conta do meu pensamento e me questionar porque estava fazendo aquilo. Veio em mente eu criança na igreja aos domingos com a melhor roupa do guarda roupa como minha avo tinha me ensinado. Por que mesmo? Larguei todos aqueles plásticos no súbito insight e percebi que quem estava contemplando aquela montanha era o meu personagem, um pedacinho do meu eu cheio de criticas, julgamentos, e não estava olhando para a montanha como ela e exatamente, sagrado, do jeitinho dela. Caiu a ficha e ri de mim mesma. Aparentemente estava difícil internalizar, colocar em pratica,  a reverencia por tudo e todos da maneira que 'e e não como eu gostaria que fosse, de entender que tudo e sagrado da maneira que e, e não perfeitinha e bonitinha como a gente tem mania de criar em nossa mente.

Ao topo da montanha, parecia uma criança aos prantos olhando o tridente de Shiva. Por mais simbólico que tudo o Shiva representa, agradeci do fundo do meu coracao, por cair a mascara, pela transformacao, "humildacao", e a visão de um Eu Maior.

Na volta paramos no ashram e na sala de meditacao onde ficava Ramana Maharshi, um santo indiano que passou a maior parte de sua vida ao lado de Arunachala, contemplando e compartilhando seus ensinamentos a seus discipulos.

Ainda em Tiruvannamalai tivemos o imenso prazer de conhecer Mooji, um guru jamaicano que vive na Inglaterra e India, expandindo sua luz durante seus satsangs.

http://www.sriramanamaharshi.org
http://www.mooji.org

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Auroville e Pondicherry

Auroville 'e uma cidade autônoma na Índia que visa a integracao da humanidade. Um lugar onde todos, de qualquer região do mundo, qualquer religião, qualquer crença, possa viver em paz e harmonia, com a consciência divina. Um lugar para pesquisas espirituais a fim de concretizar essa integridade humana.

Auroville foi um projeto criado por Sri Aurobindo e a "Mãe"na década de 50. Em 1967 foi construído as principais "zonas" (cultural, internacional, industrial, residencial). A cidade tem uma forma de galáxia, e no centro fica o Matrimandir ao lado de um anfiteatro e uma Banyan Tree (a figueira de Buda).



O Matrimandir representa a "Consciência Divina" ou "A Mãe Universal". E uma esfera redonda com 12 salas simbolizando as "Virtudes da Mãe Universal", e ao redor do Matrimandir são 12 jardins simbolizando os "poderes da Mãe Universal". A figueira ao centro dos jardins representando a integracao. O Matrimandir não e um lugar religioso, não há cultos, regras ou rituais. E apenas um lugar para meditacao e concentracao em busca da consciência de cada um.

Ficamos em Auroville por alguns dias. Chegamos dias depois de um ciclone que destruiu parte da cidade. Mas gracas ao nosso "good karma" trouxemos a eletricidade no dia que chegamos. Foram dias de "karma yoga", ajudando e servindo ao próximo com necessidades básicas. Varremos e limpamos escolas enquanto os homens ajudavam a recolher as milhares de arvores caídas.

O Matrimandir estava fechado por questão de segurança mas pudemos entrar nos jardins, que estava intacto mesmo com a violência do ciclone. Passamos horas nos jardins e no anfiteatro e minha vontade era ficar ali para sempre...

Visitamos a cidade ao lado de Auroville, Pondicherry onde fica o ashram do Sri Aurobindo. Tivemos a oportunidade de conhecer mais a seu respeito e sua visão de Auroville.

www.auroville.org