segunda-feira, 28 de abril de 2014

Vedanta

Outro dia tive a honra de ouvir a professora Gloria Ariera que deu uma aula sobre Vedanta no encontro do Grupo de Estudos e Evolucao da Consciencia e Meditacao em Sao Paulo.
Ela comecou explicando a origem, as ligacoes e relações desde a dança ate ayuverda com o Vedanta. Vedas significa "conhecer" e são escrituras sagradas do hinduísmo por volta de 1500a.c.
Segundo as escrituras nos tivemos e teremos diversas encarnações no plano terrestre. E voltamos para relembrarmos quem realmente somos. Como se faltasse um chip na nossa memória, esquecemos de tudo e viemos para este plano, no jogo de ilusões, onde pensamentos e emoções são criados pela nossa mente, e quanto mais somos dominados pela nossa mente, mais nos afastamos do nosso verdadeiro eu. Como se fosse um jogo, ou uma "lila" como dizem os hindus. E a magica da vida, e tirar todas essas camadas que nos aprisionam no personagem ou ego, para o encontro do grande mistério do infinito Eu.
Gloria explica que os "samsaris" são aqueles que vivem em constante altos e baixos, em "samsara". Sao aqueles presos nas necessidades básicas, ou seja, segurança e nos prazeres. Sao aqueles movidos por emoções. Aqueles que começam a ter Consciencia e questionar a vida e sua existência, são os yoguis. Os yoguis são aqueles que aprofundam no auto-conhecimento e investigam o Ser, são os peregrinos de alma que estão dispostos a se libertar de todas as camadas que ele próprio construiu durante sua vida.
De volta para casa apôs o encontro com a Gloria, fiquei pensando quando foi que eu me tornei uma yoguini, quando foi essa "rachadura" que abriu espaço na mente para tal consciência. Sempre tive a personalidade investigadora e o fato de escolher Psicologia como profissão e mergulhar no auto-conhecimento favoreceram a mente aberta. Porem, a "rachadura" mesmo foi quando ja alguns anos morando nos EUA, decidi mudar para California, e na época fazendo meu segundo mestrado em Terapia Familiar, decidi praticar Kundalini Yoga em um estúdio localizado em uma comunidade Sikh. Como ja disse em outros posts, foi ele, Guru Singh, meu primeiro querido e maravilhoso Babaji, que me ensinou tudo o que eu precisava saber para ir alem. Foi o melhor professor de qualquer mestrado, porque foi ele quem ensinou o que e família, o que e amor, e o que e servir. Sim, ele foi o grande "culpado" para muitos que falaram na época "o que aconteceu com aquela Patty?" Os anos se passaram e muitos mestres surgiram. Marco Schultz por exemplo que aprofundou ainda mais a minha peregrinação no "esquecer menos, lembrar mais" e faz parte da minha investigação do Ser hoje.
Este ano em Fernando de Noronha, me deparei com os samsaris curtindo as festas e contribuindo para  uma lenta destruição de uma reserva ecológica. Foram dias de sofrimento porque hoje em dia minha relação com os animais e a mae natureza se fortaleceram muito, e porque eu me vi ha anos atras assim como essas pessoas, sem consciência nenhuma, presa nas emoções e o que os outros diziam que era bacana. Talvez tivesse sido um teste para eu ter mais compaixão e paciência, não so por todos aqueles golfinhos e tartarugas que estão indo embora, mas por todas as pessoas que assim como eu, não querem o mal, mas apenas estão limitados a emoções e prazeres de samsaris, assim como estive um dia.
O caminho de um yogui, e um caminho sem volta. Não da para voltar a ser uma pessoa sem consciência. A cada dia são ensinamentos novos, são maneiras diferentes de resolver um problema, de olhar o mundo, de se relacionar com as pessoas e a natureza, de enfrentar suas próprias limitações, e ate quando voce acha que não tem abertura suficiente para perdoar e amar, este perdão e amor vem através de voce. E um desejo constante de investigação, iluminação, integridade. Um desejo de desvendar o Grande Misterio, honrando e acolhendo o karma, vivendo com mais consciência e, procurando realizar o dharma com muita fe e amor.