quarta-feira, 17 de abril de 2013

Yoga: fisico, mental e espiritual


    Yoga está muito bem alicerçado na visão holística do Ser, e tem a saúde física e mental como sua meta.
    Toda doença é apenas um reflexo do desequilíbrio interno, no momento em que estabelecemos este equilibrio, a saúde retorna.
    A tradicional ciência do Yoga mais a consciência da Leitura Corporal são poderosas ferramentas para restabelecer o equilibrio no corpo e na mente.
    Na visão do Yoga, existe apenas uma doença, que é o nível de distanciamento entre o Ego e o SER, entre a Personalidade e a Pessoa.
    Quanto mais distantes nos encontramos de nós mesmos, ou seja, de nossa essência eterna e divina e não nos expressamos, ou seja, não somos o que vibra na nossa alma, mais doentes nos encontramos.
    Todas as doenças físicas e mentais são sintomas desta causa primeira.
    A dor (duhkha) é o mecanismo que nos traz mais perto de nós mesmos, para percebermos aquilo que clama internamente pedindo consciência e expressão...
    Muitos estudos têm sido feitos no campo psicofísico, e têm demostrado a doença como instrumento para o despertar, para a Saúde, para a AutoCura...
    Negar a doença é nos distanciarmos mais ainda, é negar o próprio movimento interno de transformação.
    Nosso Ser existe em uma dimensão que transpõe o corpo físico...
    Somos sentimentos, pensamentos, energia potencializada.
    Estas dimensões fazem parte da nossa percepção do mundo, e com elas criamos nossa realidade relativa, instante a instante.
    Tornamo-nos aquilo que projetamos... com nossa mente distanciada ou não, da Realidade Absoluta que somos.
    Com tudo isso, vamos criando padrões de crenças, condutas, hábitos, tendências, preconceitos, críticas que vão gerando dor, levando sofrimento e produzindo enfermidades no corpo físico.
    A doença é uma forma de liberar a energia estagnada, não expressa, em conflito, antagônica e destoante do Ser...
    Os níveis de separação são a base da doença e isto se expressa como aflição e sofrimento (duhkha).
    Os cinco níveis de separação se apresentam como:

    1. NÍVEL FÍSICO - a não-percepção do corpo (necessidades e fraquezas);

    2. NÍVEL DE ENERGIA - não percepção da respiração e seus ritmos;

    3. NÍVEL EMOCIONAL - falta de percepção dos sentidos, emoções e sentimentos e sua não expressão;

    4. NÍVEL MENTAL - deixar-se dominar pelos padrões mentais;

    5. NÍVEL ESPIRITUAL - não reconhecer a presença do Ser interior.

    Duhkha (sofrimento) é um estado de não se estar bem física, mental e espiritualmente.
    "A dor que sinto, é a dor de desapegar do que não tem mais sentido para mim... "
    Nosso estado interno determina o grau de sofrimento que vamos atraindo para nós mesmos.
    A libertação do sofrimento envolve o despertar do conhecimento de nossa real natureza, ou seja, AutoConsciência e Mudança comportamental, para percebermos e lembrarmos QUEM REALMENTE SOMOS...

    Esta consciência de quem somos (Atma-vicara) é o grande trabalho que temos a realizar nesta vida.
    PATANJALI, no Yoga Sutra. dá a causa do sofrimento (duhkha), quando aborda a filosofia dos Klesas (cinco aflições), como segue abaixo:

    KLESAS - "Causas da miséria e aflições humanas"

    1. AVIDYA - Ignorância
    2. ASMITA - Egoísmo
    3. RAGA - Apego
    4. DVESA - Aversão
    5. ABHINIVESA - Apego à vida

    Estes, são as raízes do karma e produzem toda a espécie de experiência na vida.

    Avidya (ignorância) é a causa de toda a dor e sofrimento; enquanto ela perdurar, dará seus frutos (karma).
    Sutra II-16: "A dor que ainda não veio pode e deve ser percebiba antes de se materializar no corpo físico."

    Sutra II-26: "A prática ininterrupta do PERCEBIMENTO DO REAL é o meio de destruir a Avidya, a ignorância."

    Sutra II-33, Patanjali ensina Pratipaksa Bhavanam para manter a mente livre de perturbação:
    Quando a mente é perturbada por pensamentos impróprios, a constante ponderação sobre os opostos é o remédio. Pratipaksha Bhavanam é uma prática de controle da mente e, gradualmente, guiando-a a agir de acordo com nossas metas de yoga. O "grande voto de Yoga" é o voto que se abstenham da violência, desonestidade, roubo, indulgência irresponsável, ou ganância.

    E no Yoga Sutra I-33, Patanjali dá as Quatro Chaves que abrem a porta da felicidade (sukha):

    Alcança-se a tranquilidade imperturbável da mente mediante o cultivo da:

    AFABILIDADE para com os felizes;
    COMPAIXÃO para com os infelizes;
    PRAZER face ao virtuoso;
    IMPERTURBABILIDADE diante dos erros dos outros.

    Esta visão é um caminho de consciência sobre os processos da vida, em suas diferentes dualidades: prazer e dor.
    Quanto mais desejamos o prazer, naturalmente estamos atraindo a dor, pois na ausência do prazer há sofrimento.
    Então o Yoga propõe um caminho de libertação dos pares de opostos, para se atingir o estado de equilibrio e felicidade, além da dualidade.
    Na dualidade há o "(des)equilibrio" e a "(im)perfeição" e no estado de UNIDADE há equilíbrio e perfeição.
    Na Yogaterapia muitas ferramentas são usadas, pois se acredita que o homem é holístico e que não é apenas o corpo físico que está doente, mas sim todos os outros níveis da consciência (invólucros ou koshas) que atua igualmente no processo da doença ou da cura.
    As doenças se manifestam como sintomas que refletem algum nível de desequilíbrio no ser, como meio de chamar a atenção para o aspecto mais profundo da realidade interna.
    Não há sintoma sem que haja causa, e a causa, segundo o Yoga, é o distanciamento do ego com o Ser.

    Na Yogaterapia são utilizados várias técnicas yóguicas como:

    ÁSANAS (posturas),
    KRIYAS (purificatórios),
    MUDRAS (gestos de equilibrio),
    BANDHAS (contrações),
    PRANAYAMAS (respiratórios),
    DHARANA (concentração),
    DHYANA (meditação),




Um comentário:

  1. Só a conscientização e o crescimento espiritual nos levam a maturidade comportamental e a libertação da alma.

    ResponderExcluir