segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Yoga Magic - Goa, India 2015

Dezembro... la estava eu novamente embarcando para a Índia! Dessa vez, um novo chamado. Não estava a procura de um ashram para receber as maravilhosas bencaos de um guru, meu coração e alma pediam movimento e expressão. Queria aprender mais sobre a dança,  meditação ativa e a yoga como forma de expressão do Ser.
Esta viagem tiveram 2 destinos: Goa por alguns dias e Puna.
Escolhi Goa por dizerem ser uma cidade totalmente diferente da Índia, uma região colonizada pelos portugueses e a fortíssima influencia católica na região. Goa 'e conhecida pelas lindas praias, feiras indianas, e por ser o berço da musica Trance. Mas o meu forte interesse em Goa era conhecer uma eco-vila chamada Yoga Magic, o qual encontrei seu destaque no livro "Great Retreats- Yoga".
Com poucas informações, fui com uma amiga me aventurar na praia de Arjuna.
Quando chegamos nos deparamos com acomodações rústicas, o que nos desafiou nas primeiras noites mal dormidas por conta dos diversos sons de pássaros e animais, pela preocupação das redes de mosquito instaladas nas camas e pela claridade que entrava nas primeiras horas do dia. Mas foi facilmente superado com a rotina do retiro e a amorosidade dos funcionários que nos fizeram sentir em casa.
O casal de ingleses proprietarios do espaço, Ishi e Phil, apos muitas viagens a Índia seguindo os ensinamentos de Babaji (Jangalidas Maharaj) e Shirdi Sai Baba tiveram um forte chamado de construir seu "pequeno ashram" em contato a natureza e praticas regulares de yoga para seus hospedes. Ishi dava 2 aulas diárias de yoga (exceto nos dias de feira que atraia vários turistas) enquanto Phil ficava encarregado da administração do espaço.
Nossa rotina era meditação de 45min iniciando sempre as 6am nas salas rústicas de adobe e sape, seguido por um intervalo de chá, jala neti (tecnica do yoga para limpeza pela cavidade nasal), e a pratica de yoga na qual exigia muita atencao para não pisar nas amiguinhas minhocas que adoravam caminhar pelos tapetinhos de yoga.
As refeições vegetarianas eram simplesmente maravilhosas... E durante o dia tínhamos que garantir nosso lugar na agenda do concorrido Vishnu, um massagista indiano que segundo a lenda curava qualquer tipo de dor. A tarde tínhamos outra pratica de yoga com a Ishi, e entre as praticas, massagem e minhas próprias meditações, gostava de ficar ouvindo o Phil contando suas estórias do Babaji.
Tinha contado para o Phil que seguia sozinha a Puna para aprender as meditacoes ativas do Osho, e ele carinhosamente queria me convencer de que eu deveria conhecer seu guru. Guardei todas as informações do ashram mas no fundo sabia que não iria precisar.
Foram dias nutrindo o corpo, a mente e a alma. Comemoramos o reveillon num restaurante grego muito animado, mas o mais lindo era observar os casais e as famílias indianas nas mesas e na pista de dança. A minha admiracao por essa cultura cresce a cada viagem que faço... A pureza em cada olhar, em cada carinho, na dança, e em cada sorriso faziam com que meu coracao se enchesse do mais puro amor.
Visitamos o centro de Goa, a Velha Goa e suas catedrais estilo barroco que se assemelham muito com as nossas. As praias no norte de Goa também tem muita influencia europeia, com tendas, lojas e restaurantes excelentes.
No ultimo dia, tivemos uma surpresa com a vinda de um ator britânico famoso no Yoga Magic. Na verdade para mim foi uma lição, ou aqueles "insights indianos", o primeiro deles... Porque eu nunca gostei de nenhum filme dele, para ser sincera eu o achava um "idiota" e mesmo nas entrevistas me questionava o porque daquele sujeito fazer tanto sucesso... e la estava ele, jantando a mesa ao lado, meditando com o grupo, fazendo a mesma rotina, com uma suavidade no olhar e um tal magnetismo que aos poucos fui desvendando o mistério de seu sucesso... o golpe fatal foi perceber uma de suas tatuagens, o símbolo do Sikhismo... Fiquei sem palavras, mas fazia todo sentido. E para mim, ficou mais uma vez a questão dos rótulos e julgamentos fruto das armadilhas da nossa mente e do nosso personagem. Como e libertador sair do conceito, da ilusão, da ideia formada. Sem querer cair em outra armadilha, rotulando o nosso famoso ator novamente, não quis perguntar sobre a tatuagem ou fazer uma nova estorinha. Simplesmente segui meu caminho, em direção a Puna com gratidão aos meus mestres Sikhs por criarem mais espaço na minha mente e no meu coração...

http://www.yogamagic.net/

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