Eu acho que desde que eu me conheço por gente, eu danço.
Que criança nunca dançou ao ritmo de alguma musica? Quem nunca se rendeu
aquelas vibrações sonoras que fazem seu corpo balançar?? Triste daquele que
nunca dançou. Triste daquele que nunca se permitiu a vibrar junto a musica, de
deixa-se ser levado pelas diversas notas, pelos mais diversos ritmos. A dança ‘e
aquele momento de expressão. O momento que você tem consigo mesmo explorando os
mais diversos movimentos, de criar junto a musica uma coisa só, conexão. Assim
como o Universo dança e tudo ao nosso redor se movimenta, nos também dançamos com
Ele. Uma entrega ao desconhecido.
Não conheço ninguém que nunca dançou mas conheço muitos
que dizem não saber dançar. E aí me pergunto se ‘e preciso saber alguma coisa
para poder dançar. Penso que a confusão vem quando a mente tenta copiar,
comparar ou julgar seus próprios movimentos. A dança não vem da mente, a dança vem
da alma. A sua alma que dança, então esqueça da sua mente. Esqueça o que é
certo ou errado, bonito ou feio.
A dança ‘e, minha maior professora. Ela sempre vem me
ensinar a deixar a mente de lado, a me soltar mais, a me entregar mais ao meu
corpo, a ouvir o meu corpo. Acho que nunca ouvia meu corpo antes de dançar, mas
agora danço consciente. ‘E minha meditação, e minha maneira de expressão,
terapia. ‘E na dança que conheço todos os meus bloqueios físicos e emocionais. ‘E
se entregando mais a ela que conheço o meu profundo eu, luz e sombra, medo e
coragem, insegurança e autenticidade, raiva e liberdade, amor e ódio, ilusão e consciência.
Não existe aquele que não saiba dançar mas existe
aquele que tem medo de ser inadequado. E esse sentimento de inadequação ‘e que
nos faz distanciar-se cada vez mais da nossa autenticidade, do nosso verdadeiro
eu.
Se somos criaturas divinas e não expressamos quem
somos então o que estamos fazendo? Tentamos desesperadamente nos moldar a uma
sociedade para nos sentirmos mais seguros, mas será que esta segurança ‘e real?
Cada vez que procuramos respostas no mundo externo fugimos de nos mesmos. A
mesma coisa acontece quando queremos dançar igual a outra pessoa. A dança,
assim como qualquer outra forma de expressão ‘e sua e unicamente sua! Não tem ninguém
que possa roubar a sua dança de você, assim como não tem nada e ninguém que
possa te anular desse mundo.
Então foi assim que com a dança eu comecei a me
aceitar mais, a sentir meus medos para assim liberta-los. A reconhecer todas as
facetas do meu ser respirando, aceitando, entregando, girando. E que a cada dia
que passa, vem menos a mente e mais o coração para me dizer o quanto esta tudo
bem, o quanto tudo lá fora esta aqui dentro, que o Universo gira e eu rodopio
junto, e que nessa conexão não existe mais nada, apenas profundo amor.